Quando pensamos numa viagem à Itália, rapidamente vem à mente a imagem da Torre de Pisa. Uma construção de mais de cinquenta metros de altura que saiu completamente do prumo durante a construção e permanece em pé. Mas como isso aconteceu?

O recalque ou assentamento é o termo utilizado para esse fenômeno, no qual o solo abaixo de uma edificação sofre um adensamento, rebaixando as fundações e gerando trincas, rachaduras ou, como no caso da Torre de Pisa, a inclinação de toda a estrutura. Esse recalque é um fenômeno perigoso que deve ser evitado pois com a diferença de nível, há um esforço estrutural não previsto que pode levar a obra à ruína.

Um exemplo que podemos analisar também é o dos prédios da orla da cidade de Santos. Edifícios em sua maioria construídos na década de 50 e 60 quando as tecnologias disponíveis eram menos precisas e a análise do solo não verificou que haveria o adensamento das camadas de solo abaixo das fundações.

Como podemos evitar, então, os severos efeitos do Recalque?

Com a correta análise geológica, a melhor forma de lidar com o terreno pode ser identificada, e assim, a escolha pelo tipo de fundação pode ser feita com segurança. Em edifícios altos, é mais comum o uso de fundações profundas.

Mas e no caso de um edifício já estar recalcado, como proceder?

Os efeitos precisam ser estudados e verificar se oferecem risco para a estrutura. Há alternativas para reverter o recalque, mas precisam ser verificadas as viabilidades.

Na Itália, pela Torre de Pisa, entre 1997 e 2001, foi feita uma reforma para garantir a integridade da estrutura. Foi retirado, aos poucos, solo do lado inclinado da torre e reforçada a fundação com placas de chumbo, para evitar desmoronamentos durantes os trabalhos. Durante a reforma, também foi injetado concreto nos muros ao longo do perímetro da torre.

Uma opção já utilizada no Brasil, principalmente nas construções citadas acima na cidade de Santos, são os macacos hidráulicos que fazem o reaprumo do edifício aos poucos para não danificar a estrutura. Esse tipo de correção apresenta um alto custo, o que mostra que a melhor opção é que seja feita a correta análise do terreno na fase de projeto.