Aproveitando nosso último texto sobre sustentabilidade na construção civil, estudantes do último ano de Engenharia Civil em São Paulo, desenvolveram um estudo voltado para a reutilização de resíduos sólidos formados a partir da escavação do solo para construção de parede diafragma como forma de contenção.

Esse resíduo, conhecido como lama bentonítica, é considerado um fluído estabilizante e tem por objetivo manter as paredes das escavações estáveis, evitando assim o desmoronamento durante o processo. Ao término do processo de escavação, essa lama precisa ser descartada, mas para isso, se faz necessário a mistura da mesma com proporções de solo da própria obra, para que assim seja encaminhada para aterros que recebam materiais da Classe II.

A lama bentonítica é considerado um resíduo da Classe IIB – inerte e não perigoso, porém se descartado de forma errônea, pode causar problemas a fauna e flora ali presente. Com isso, para se reduzir os impactos ambientais, fez-se um estudo para a sua reutilização, evitando assim o seu descarte e colaborando de forma inovadora com o meio a qual está inserida.

A indústria cerâmica se mostrou a mais versátil para a reutilização desse resíduo, e após diversas pesquisas, fez-se um protótipo de bloco cerâmico de vedação com a inclusão de 10% de lama bentonítica em sua composição. Esse protótipo apresentou resistência à flexão superior ao bloco comum de vedação e absorção de água um pouco mais elevada, mas se manteve dentro dos parâmetros estipulados em norma.

Os resultados dos testes foram positivos e mostraram ser uma nova opção ao meio da construção civil, podendo ser reutilizados além DE bloco cerâmico de vedação, em tijolos cerâmicos maciços, telhas, tijolos vazados e demais itens da cerâmica vermelha. Mas ainda sim, é necessário um estudo mais aprofundado, pois os ensaios foram feitos como testes, ou seja, não foram realizados em escala de fábrica.